GESTÃO E SUSTENTABILIDADA DAS IPSS – II

No último Boletim da Liga foi referida a sustentabilidade e gestão das IPSS e os recursos financeiros e as comparticipações do Estado via Instituto da Segurança Social que ficam muito aquém do necessário para os serviços e apoio social que as IPSS prestam às comunidades e às famílias mais carenciadas. Contudo com os escassos recursos e cada vez com menos apoio nomeadamente do Instituto da Segurança Social, que como foi referido na Assembleia Geral da CNIS em Fátima, as IPSS são o parente pobre do Estado, ou como melhor foi dito, somos a «mulher mal tratada» pelo «marido-ISS», temos de continuar no terreno, a ajudar cada vez mais as populações com menores recursos económicos, mas com menor apoio do «marido», aliás, cada vez mais exigente, principalmente junto dos dirigentes das instituições.

A saúde financeira das IPSS está debilitada colocando em risco os postos de trabalho existentes, outras já entraram em colapso financeiro, colocando no desemprego os seus funcionários. Os dirigentes com os recursos financeiros e os acordos de cooperação que tem disponíveis não tem possibilidades de manter em funcionamento as instituições, porque são insuficientes, principalmente com os encargos com os recursos humanos, que são cada vez mais elevados e absorvem a maior fatia das receitas.

O Governo afirma e apregoa que está solidário com as IPSS e a economia social e que pretende que as mesmas continuem a prestar apoio às famílias mais desfavorecidas, mas à custa de quem? Ou será que pretendem que os dirigentes das IPSS façam omeletes sem ovos? Os dinheiros públicos são esbanjados para cobrir desvios de milhões de euros efetuados por bancos e banqueiros e os dirigentes das instituições tem de pedinchar esmolas para fazer o trabalho e dar o apoio a quem mais necessita, que deveria ser o Estado a fazer por direito e obrigação dos impostos que recebe incluindo das IPSS, às quais não são concedidas quase nenhumas reduções nos impostos ou outros benefícios fiscais.

Carlos Azevedo